quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Terceira Postagem: Divino?

O homem tende a se deprimir por qualquer motivo. E ele ainda tenta se convencer de que ele está certo em tudo que faz. Não acredita? Vá ler Dostoiévski. O ser humano busca um motivo pra tudo que faz, e esse motivo, na verdade, a busca em si, é um rio de lamentações. Se algo está bom de um jeito, ele não vai querer mudar, mas vai querer saber o porquê de estar bom, e assim vai lentamente buscando um jeito de destruir tudo que lhe faz bem.

E sempre vai ser assim.

Mas isso se dá pela genialidade do cérebro humano. Não tem nada mais belo do que o homem tentando ser homem, o  homem tentando dissecar tudo que sabe ou tudo que desconfia saber até ter certeza absoluta (se é que o homem tem certeza absoluta de algo, já que Descartes também já nem acreditava em sua própria existência mais). Esse ato de dúvida, essa vontade de tentar saber se "tem algo mais" é o maior erro do homem inteligente. Ninguém se revoltava na época medieval porque todos estavam contentes com o jeito que viviam, Deus guiava tudo em suas vidas, e não tinha o que reclamar. Eles ao menos eram bem felizes.

Mas a vontade de mandar tudo pra merda é grande demais, o homem não resiste à curiosidade.

Pode ser que muita coisa naquela época estivesse errado, e estava sim, a Igreja abusou do poder e começou a controlar tudo. O controle leva ao fracasso, o controle leva ao atraso, e sofremos as consequências daqueles tempos agora no século XXI. Pelo menos é o que dizem.

Mas qual o sentido disso tudo?

Nem eu sei, só sei que eu percebi nos últimos dias que o homem vem se distanciando muito de Deus, e provavelmente isso é por causa de religião. Religião, nos tempos de hoje, é só mais um jeito de classificar um indivíduo, de separar uma pessoa de um grupo. E isso fez com que muita gente desistisse da fé por preconceito ou por pura ignorância.

E se eu posso dizer alguma coisa sobre o que aprendi ao longo da minha vida de Cristão é que o Homem, aquela figura que é tão próxima a Deus, que foi feito à sua imagem e semelhança, segundo os Livros, não tem mais nada de próximo ao Divino, sequer um pequeno detalhe.

Esse pequeno detalhe nos parece ridículo até pararmos pra pensar. Todos têm medo de alguma coisa, e o medo é o que protege, o que controla, o que derruba, e esse ato de derrubar não é tão pequeno quanto as letras desse texto, ele derruba até mesmo o maior dos sentimentos, e faz com que os indivíduos desistam.

Por um momento, o povo duvidou de seu Salvador. Jesus teve medo de seu Pai. Tudo isso por tristeza e incerteza. O povo, por sua parte, não consegue aceitar a existência de algo superior, fora do comum. Jesus não consegue entender a vontade do povo feito à semelhança de seu Pai ao vê-lo sofrer. Mas mesmo assim Deus perdoou todos. E é isso que o homem ainda tem de mais puro e belo: O poder do perdão.

O perdão é, portanto, a única coisa que o homem ainda tem de Divino, é a única coisa que o homem pode se sentir puro e leve ao fazer. Perdoem tudo e todos, somos todos tão falhos e corruptos quanto o seu próximo. Raskolnikov buscou sua redenção através do perdão de seu pecado. Perdoe para ser perdoado.

segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Segunda Postagem - Algo Diferente

Não sei nem se deveria ter chamado isso de "Algo Diferente", porque já deixei bem claro que o que eu colocar aqui é totalmente pessoal e de meu gosto.

Enfim.

Coisas acontecem, coisas bem ruins aconteceram, a depressão cai sobre a alma, o homem adoece. E um homem doente como eu tem de achar um jeito de melhorar. Foi escrevendo esse poema que consegui me sentir melhor.

Não, ele não é bom. Não, ele não tem métrica. Ele é pessoal. Ele é idiota.

O ROUXINOL UIVANTE

Noite fria, solidão etérea...
Céu estrelado, olhos abertos...
Vento cortante, quarto vazio...
Lua brilhante, lágrimas caindo.

O deleite de um suplício,
no estalar do meu chicote,
traz a fúria celeste
por redenção ou morte.

Uma vida de pecados -
Que importa, homem sou!
Mas a dor com que me afogo,
Ó Deus, o que (se) passou?

Então ouço à distância
Um uivo doente
Que das lágrimas me seca
E deixa a dor aparente

Ó, Rouxinol uivante,
Perdoei mas não fui perdoado
E essa dor pela qual brado
É só mais uma de uma alma amante

-q

Por hoje é isso. Obrigado pela atenção.

segunda-feira, 29 de julho de 2013

Primeira Postagem

Dizem que a primeira impressão é a que fica, então quero deixar bem claro que este blog não passa de uma válvula de escape para que eu, autor, possa compartilhar alguns textos próprios que me saem da consciência ou coisa do tipo.

Agora é minha vez. Não ligo para o que dizem. Primeiras impressões mudam. Um indivíduo pode muito bem ler um livro aos seus 27 anos e achar uma coisa, e, depois, aos 30, lê-lo e ter uma opinião totalmente diferente. Não menti no primeiro parágrafo sobre o que farei desse blog. Na verdade, nunca quis tê-lo, mas é difícil conviver com angústia, depressão, tristeza e sequer tentar transformar isso em algo útil como um bom texto.

Algo que eu sempre disse a mim mesmo é que um bom texto pode ter duas inspirações: a boa, ou seja, quando o sujeito (autor do texto, lógicamente) se encontra em um bom estado de espírito, ou em bons bocados, sem preocupações ou problemas para o atrapalhar. Esses textos geralmente são superficiais. A outra inspiração é a ruim, quando o autor do texto se encontra em um estado de espírito que desagrade a si mesmo. Esses textos geralmente são mais profundos e sinceros. Uma pessoa feliz pode fingir a tristeza com facilidade, mas não passa de um fingimento, uma hipocrisia. Uma pessoa triste não consegue fingir a felicidade nem mostrar o que sente com facilidade.

E o bom texto ainda deve vir em momentos imprevisíveis. Não se pode sentar e escrever sobre alguma coisa a qualquer momento e chamar o que saiu de "bom texto". Não é necessidade, nem vontade, isso você faz na privada. Um bom exemplo disso é com fotografias. Não considero uma foto onde pessoas estejam sorrindo uma boa foto de família, por exemplo. O sorriso pode ser forçado. Fotos de gente capturam a alma de forma suja e desleal, se a pessoa souber da foto. Se a pessoa não sabe que está sendo fotografada é outra história, você realmente vai saber como a pessoa está pelo seu semblante, ninguém anda por aí com um sorriso sincero esboçado no rosto a menos que tenha acabado de ganhar dinheiro (note a palavra: ganhar) ou feito um bom sexo.

Enfim, leia, me odeie, me ame, ou faça o que quiser, o blog é minha válvula de escape, minhas depressões e problemas estarão sempre presentes nos textos. E afirmo que sempre porque a vida mostra mais problemas do que qualquer outra coisa. Se eu não souber resolver, usarei eles de inspiração.

Até logo.

PS: Fiquem com uma linda foto de um caipira.